Sábado, 20 de Janeiro de 2007

O Lado Oculto da Nossa Lua

Ontem tive a espantosa oportunidade de ir ao Teatro Nacional de São João, na grande Invicta, ver a peça Otelo do grande Shakespeare. Até agora ainda não encontrei uma palavra no meu vocabulário capaz de caracterizar de forma justa a peça. As interpretações foram fabulosas, a intriga já o é há muito tempo.

Mas lá está, ver tragédias, estando nós “in love” e vendo que tudo acaba morto… Digamos que nos altera um bocadinho o sistema!

O que as mentiras podem fazer! É por isso que há coisas que só vistas. As pessoas mentem a seu bel-prazer em funções de interesses económicos, em função de despeitos, em função de invejas, em função de ambições mórbidas.

E andamos todos com a cabeça no ar porque não nos interessamos em ouvir as verdades e fazemos coisas que não queríamos fazer… Depois nascem pequenas dores que ocultamos fazendo teatrinhos quotidianos. Mas the show must go on. E não devemos mostrar o lado oculto da nossa Lua.

 

Pequena Dor

 

A tua pequena dor

Quase nem sequer te dói

É só um ligeiro ardor

Que não mata mas que mói·

 

É uma dor pequenina

Quase como se não fosse

E como uma tangerina

Tem um sumo agridoce

 

De onde vem essa dor

Se a causa não se vê

Se não é por desamor

Então é uma dor de quê?

 

Não exponhas essa dor

É preciosa é só tua

Não a mostres, tem pudor

É o lado oculto da lua

 

Não é vício nem costume

Deve ser inquietação

Não a nada que a arrume

Dentro do teu coração

 

Certo é ser a dor de quem

Não se dá por satisfeito

Não a mates, guarda-a bem

Guardada no fundo do peito!

 

Cabeças no Ar

publicado por MB às 12:08
link | explanare | favorito
2 comentários:
De Chefe da Refer a 23 de Janeiro de 2007 às 20:33
Martita que nome é que devíamos de dar? Os Deuses devem estar loucos! Esse não porque já é mais velho que o arroz de 15. Há Marta dizem que vivemos numa sociedade de expressão livre... isso são tretas porque se nós dizemos o que nos vai na alma, estamos feitos... Portanto mais vale dizer que foste a uma peça de teatro que quando começou estavam todos vivos e quando acabou já poucos restavam para acabar de contar a história.
Beijinhos do CR
De ***Lazarita*** a 25 de Janeiro de 2007 às 17:09
linda... simplesmente fantastico... bjs adwt mt mt mt mt mt bgd por tudo....

Comentar post

recentes scripta

Sibila est

Hipotermia (II)

Quarto de Pandora

António

Quiet Nights of Quiet Sta...

Catarse

RP sem Croquetes!

Por una Cabeza

Imortal

porta

Monólogos de Valium

Tardes de Saudade e um Ge...

...

Moinhos de Vento

Bilhete para o fim do dia

designed by Rui Barbosa