Avançava eu, qual visão em branco, pela nave da Igreja, quando me apercebo e comento com João de Oliveira (que me acompanha emocionadamente ao altar) que a única figura masculina à minha espera é o padre!
Mayday! Mayday! Com tantos preparativos esqueci-me que NÃO HÁ NOIVO! Podia haver, talvez já tenha havido, mas agora não há!
Trezentos olhos postos em mim à espera de uma reacção – “a reacção não passará, a reacção não passará!” -, eu tomo consciência que é o povo quem mais ordena! Reúnem-se à minha frente padrinhos, damas de horror e os que metem sempre o bedelho onde não são chamados. Olham-me com aquele olhar melodramático e eu sei, naquele momento eu sei a resposta: Avante, camaradas! Em Setembro farei malas (sabendo onde ponho o quê) e seguirei rumo ao Seixal, com uma playlist muito especial no meu MP4 novo (prenda de quase-matrimónio), em busca do homem perfeito ou, como esse era Marx, um outro comunista qualquer. Sim, porque foi profetizado pela minha madrinha de casamento, Marta de Faria, que a minha vida seria em tons de encarnado, com a foice numa mão e o martelo na outra, ou seja, casar com um comuna!
E apressar-me-ei o mais que puder, porque:
1. O meu saldo está a acabar, segundo um estudo lido por João de Oliveira;
2. Já puxei há algum tempo a corda no Mosteiro de São Gonçalo de Amarante;
3. Começamos a correr o risco de deixar de haver uma ala partidária verdadeiramente de esquerda!
E, meus amigos, para terminar esta saga que foram as Monumentais Festas do Casamento da Gata, despeço-me com uma bonita quadra popular (para seguir o registo de um site que eu conheço) que me ensinou a minha irmã:
“São Gonçalo de Amarante
Casai-me que bem podeis!
Já tenho teias de aranha
Naquilo que bem sabeis!”
Avante Camaradas!
Trulilooooooo!